Na ilha eu tive o mar,
Em Brasília tenho tempo.
Para que o mar sem tempo?
Aproveito o tempo sem mar.
Rápido passa o tempo,
O forte vento agita o mar,
Qual barco estou a passar.
Serei salvo a tempo?
Se alguém não realiza,
Passa o tempo todo inerte,
Aproveite o tempo: desperte.
Ou mais tarde só agoniza.
Porém neste mar bravio
Com ondas que vão quebrando,
Prossigo também passando:
Enfrento qualquer desafio.
Aprendi com o tempo e a vida:
Não tendo o mar comigo,
Tenho no tempo um amigo
Prossigo firme na lida.
Aprendi com a vida no mar:
Tempestades vêm e vão,
Há calmaria e agitação,
Mas o meu barco aportará.
E que mais posso falar?
Se na ilha eu tinha o mar
E em Brasília tenho o tempo
Fico com o Lago Paranoá.
Este poema foi um dos classificados no concurso Poetas de Brasília, promovido pelo SESI e Rede Globo.